domingo, 3 de julho de 2011

BB e Caixa têm mais um ano para fazer aquisições

Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O governo prorrogou por um ano autorização para que o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal constituam subsidiárias para comprar participações em outras instituições financeiras. O prazo para que os bancos públicos realizassem essas operações acabava ontem, mas foi estendido até o fim de junho de 2012.

Esse mecanismo de compra foi lançado em outubro de 2008, no ápice da crise financeira internacional, e era uma das alternativas lançadas pelo governo para garantir liquidez no mercado de crédito brasileiro.
Além de possibilitar a agressiva expansão da concessão de financiamentos pelos bancos públicos durante a turbulência global, a aquisição de carteiras de crédito poderia ajudar a salvar instituições menores que estivessem em dificuldades.
Na semana passada, o Banco Central já havia estendido por mais seis meses a medida que autoriza bancos a descontarem o valor gasto com a compra de ativos de instituições de pequeno e médio portes do volume de dinheiro que precisa ser depositado compulsoriamente no BC. Ou seja, além da autorização, Caixa e BB ainda continuarão contando com uma folga de recursos disponíveis para realizarem as aquisições.
Apesar de todos os indícios apontarem para a montagem de uma nova operação, o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, afirmou que o banco "não tem planos de adquirir nenhuma outra instituição financeira no momento". Já o Banco do Brasil - que precisa atender às regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por ter ações negociadas em Bolsa - não comentou o assunto. Procurado, o Ministério da Fazenda também não deu explicações.
Estatização. Após a autorização do governo para as operações, o BB foi o primeiro a sair ao mercado e desembolsou R$ 5,38 bilhões na compra da Nossa Caixa em novembro de 2008. Posteriormente, em janeiro de 2009, gastou outros R$ 4,2 bilhões para adquirir parte do Banco Votorantim, um dos mais afetados pela crise cambial daquele período.
Já a Caixa comprou em dezembro de 2009 por R$ 740 milhões parte do Banco Panamericano, que então pertencia ao Grupo Sílvio Santos. No entanto, meses depois a instituição precisou de um socorro de R$ 2,5 bilhões pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A má condução da operação teria sido um dos motivos que ocasionou a saída da ex-presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, no começo deste ano.


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